[FIQ2015] Resenha de Parágrafo #19: 1,2,3 (and 4) Little Indies

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Aconteceu na Serraria Souza Pinto em Belzonte, meu evento de quadrinhos favorito de todos altamente denominado, Festival Internacional de Quadrinhos barra FIQ. Foram 5 dias dos quais eu participei de 2, que deixaram saudade e um tempão chorando no meu travesseiro para entender que a ficha caiu e só teremos FIQ de novo daqui a 2 anos. Infelizmente 2017 não está tão próximo, mas com o dinheiro que não tenho deu para comprar uns quadrinhos independentes que serão resenhados nos parágrafos abaixo.

Dia do Porko
Publicação Independente
História e Arte por: Vencys Lao
Nota: 9 bacons assados numa escala de 10
Ideal para: Todo mundo

Rápido, divertido e empolgante, Dia do Porko, do Vencys Lao, é uma caçada que foge do óbvio com um final surpreendente amplificado pela máxima “Um dia é da caça, o outro do caçador”. Com uma arte fofa e bem cartonizada, o que faz com que me ganhe em todas as suas 32 páginas é a empatia que senti pelo protagonista, que mesmo em apuros é sarcástico, irônico e me perdoem o trocadilho, espirito de porco. A ambientação e a climatização, que me lembra os aborígenes africanos, casa muito bem com toda proposta da narrativa fazendo com que nossos olhos procurem detalhes ocultos na vasta composição de cena quando ela ocorre. Por fim, antes que me esqueça: Vencys, eu curti a caçada sim e por favor mande outra.






Coleção de Memórias
Publicação Independente
História e Arte por: Theodore Guilherme
Nota: 10 frascos de vidro numa escala de 10
Ideal para: pessoas que amam visitar a Vó

Em todas as 10 vezes que li esta obra tão substancial só uma coisa entre as múltiplas interpretações que a cada lida me proporcionava se destacava sempre: a sensibilidade de texto e arte. Normalmente as autobiografias acabam entrando em um lugar comum redundante por serem poéticas demais beirando à breguice ou chatas demais por serem egocêntricas. Coleção de Memórias é uma exceção maravilhosa a este cliché. Mesmo curta, é possível ver o carinho contido em cada pincelada se transformando ao passar de páginas em uma história perspicaz e emocionante. Tudo que o Theodore Guilherme faz neste quadrinho soa como verdadeiro, e isso, faz com que as experiências dele puxem minhas lembranças de quando ia visitar minha vó para tomar um café quentinho com biscoito de polvilho. Coleção de Memórias, é um ótimo empréstimo de lembranças, com a sutileza de Craig Thompson (Retalhos) de ler.




Pant
Publicação Independente
História e Arte por: Péricles Ianuch
Nota: Todas a cabeças de um Cérbero
Ideal para: Para quem tem cão chupando manga

O que leva alguém a transformar sua relação com um cãozinho “fofo” e “adorável” numa HQ sensacionalmente do mal como esta? Sério mesmo, o Péricles Ianuch só pode ser louco, para cria uma atmosfera sombria e nefasta, com um cãozinho de hábitos alimentares discrepantes que a gente ama desde o momento em que ele aparece. Quando eu folhava no FIQ, tinha certeza que seria uma espécie de “Marley e Eu” em preto e branco com um final feliz. Engano meu. E ainda bem. O troço é genial, mesmo, pois o grande barato deste quadrinho é como ele brinca com todos estes clichês já construídos em volta da adoção de cães de rua que sabiamente aprendemos na sessão da tarde numa metáfora sobre pré-conceito, mas indo para o lado negro da coisa. Sensacional é pouco para classificar a arte despretensiosa, mas que realça toda ação envolvida. Pant é a prova simples que uma boa história, mesmo que absurdo fica cativante em nossos corações.



Fuga
Publicação Independente
Histórias por: Guilherme Smee
Arte por: Péricles Ianuch, Douglas Dias, Marcio Oliveira, Jadêr Correia, Matias Streb e Thomas Magno
Nota: 9 perseguições policias numa escala de 10
Ideal para: Escapistas

Complicado escrever uma resenha de uma obra de um resenhista tão foda. Deve ser por isso que fiquei 2 dias travados olhando para a frente do pc ouvindo Vogue da Madonna e tentando aplicar com maestria a coreografia de Macarena para sincronizar cada passo com este hino da rainha pop. O resultado é isso: "Com 4 histórias curtas escritas pelo doido do Guilherme Smee, Fuga pretende agradar todo mundo mesmo que parcialmente pela variabilidade de gêneros tendo como tema o título dos quadrinhos. Nele vemos versões escapistas, para agradar gregos e troianos, de apocalipse zumbi, situações de cotidiano e ficção cientifica, com uma competência ímpar de arte e roteiro que potencializam os tons que cada uma das tramas tem. ” Então senhor Miorando, já está bom para início de conversa?

E é isso por esta semana. Na próxima semana continuamos a saga pós-FIQ com os quadrinhos que eu comprei, li, esqueci e li de novo. Para quem se interessou por algum dos quadrinhos acima fica aqui em baixo alguns links uteis para conhecer mais o trabalho do pessoal.

Vencys Lao
Theodore Guilherme
Pericles Ianuch
Guilherme Smee e companhia



Wendrick Ribeiro é estudante de publicidade, roteirista amador, trouxa barra otário, nerd old school, adorador de Deadpool e respira quando tem tempo.
Veja as Resenhas de Parágrafo anteriores clicando aqui: #ResenhaDeParágrafo!


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