Resenha: Batwoman - Hidrology


HQ de J. H. Williams III (roteiro e arte) e  W. Hayden Blackman (cores).


Com o reboot do Universo DC, uma personagem que acabou estrelando uma revista própria, para o nosso bem, foi a Batwoman. Ela já tinha ganhado um arco próprio na revista Detective Comics, chamado Elegy, escrita por Greg Rucka e desenhada pelo próprio J. H. Williams. Não dá pra dizer que a personagem não merecia: a primeira saga foi muito interessante, enriquecendo seu passado e suas motivações, e nós leitores queríamos mais.

Não somente pela qualidade do roteiro, mas também – eu arriscaria dizer principalmente – pela qualidade da arte. J. H. Williams é um dos desenhistas mais talentosos da atualidade. Reparem na qualidade do seu traço, que é bem colorido e limpo quando a história se foca em Kate Kane – o alter ego da Batwoman –, e mais escuro, volumoso e detalhado nas cenas de noite, já uniformizada, uniforme aliás belíssimo e inspirado no do Batman do Futuro. Isso para não falar na disposição muito inovadora e inventiva dos quadros nas páginas, o que o artista já havia apresentado antes, por exemplo, em Promethea, escrita por Alan Moore, e Sete Soldados da Vitória, escrita por Grant Morrison (isso é que é currículo). O trabalho de Hayden Blackman nas cores também não pode ser esquecido.

Voltando a este arco propriamente dito, publicado originalmente em Batwoman #1-5, a heroína tem que lidar com o mistério da Llorona, uma entidade paranormal que está sequestrando crianças em Gotham City. É o tipo de vilão que ela enfrenta na cidade do morcegão: o submundo do submundo, a Religião do Crime. E por falar em morcegão, Batman passa a história testando a confiabilidade da Batwoman, para enfim lhe fazer uma proposta irrecusável. Irrecusável? Mas não é a única que ela recebe: a personagem também é perseguida pela Agente Chase, do Departamento de Operações Extraordinárias - sim, aquela mesma Agente Chase que odeia heróis e teve uma série também desenhada por J.H. Williams - e a agente tem outra proposta, também irrecusável, mas por outros motivos. Batwoman terá que fazer difíceis escolhas em Hidrology.

Enfim, uma trama que põe à prova todas as habilidades da morcegona e, mais uma vez, nos deixa com vontade de mais e mais e mais.


Thiago Fonseca





Comentários

  1. Batwoman já tinha fascinado na série de há uns anos "52". Com o sucesso que a personagem teve nessa série seria expectável um título a solo, fizeram a experiência com Elegy!
    Elegy foi fantástico a todos os níveis e eu ansiei pela on-going!
    E a on-going saiu... mas não é bem a mesma coisa. O argumentista JH Williams é mais fraco que Rucka e nos desenho existem lá partes que não feitas pelo JH Williams, e nota-se... são bem mais fracos!
    É um bom livro, JH Williams safou-se razoavelmente bem no argumento, e continua excelente no desenho, infelizmente aqueles fillers feitos por Amy Reeder, que fica a léguas de Williams no desenho... nota-se!
    Mas é um livro que se lê com muito agrado, o problema foi o Elegy ser extraordinário!
    :)

    Abraço

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