A Quadrinhosfera Orgulhosamente Entrevista: G.G. Carsan, autor de Tex no Brasil: Justiça a Qualquer Preço!

Hoje temos a honra de trazer aos leitores ocíduos da Quadrinhosfera uma entrevista exclusiva e muito especial. Especial , pois o nosso entrevistado é um dos maiores fãs e divulgadores do personagem Tex, o mítico Pard G. G Carsan. A entrevista foi motivada pelo lançamento da sua mais recente obra literária relativa a este importante personagem das HQs (BDs em Portugal, fumetti na Itália), Tex no Brasil: Justiça a Qualquer Preço!
Desde já gostaria de agradecer a presteza e a gentileza deste amigo que gentilmente concedeu esta entrevista, obrigado G.G.!

Vamos à entrevista!

Entrevista conduzida por: Luan Carlos Zanatta Zuchi
1) Pra começo de conversa conte um pouco de você e um resumo de sua trajetória até chegar a ideia do primeiro livro.
G. G.Carsan - Sou um colecionador apaixonado pelas aventuras de Tex desde os tempos de garoto e reservei-lhe um cômodo de minha residência, exclusivamente para suas revistas, pôsteres, quadros, objetos, livros, etc. É tão grande a minha admiração por Tex que fiz uma foto tentando imitá-lo na capa da revista número 72 e me serve de registro incontestável, pois eu não passava de um pré adolescente. Some-se a isso as dificuldades de colecionar nos idos da década de 1970, morando no interior da Paraíba. A banca mais próxima a 40 km e uma distribuição irregular. Foi muito complicado colecionar nos primórdios, mas também uma prova de persistência que se mostrou muito prazerosa, afinal, vencer desafios nos motiva para a vida.
Eu trabalho com fotografia, principalmente de eventos sociais, conclui o curso superior de Administração de Empresas, mas não trabalhei no ramo, ficando mais na gestão da vida pessoal, como profissional liberal, e realizando trabalhos aqui e ali em órgãos públicos, sob contrato temporário. Talvez buscando a coerência divina e texiana, que se confundem, acabei ficando longe de certas práticas que só visa riqueza em detrimento da liberdade, que visa poder em contraponto a amizade e solidariedade, que visa o eu e esquece a coletividade, e que visa a facilidade e esquece a moral e a justiça.
Sou casado com Linda Muranaka há 22 anos, não temos filhos, moramos em João Pessoa. Faço parte da associação japonesa, dos amigos do bairro, caminho na praça e mato o meu tempo diante do computador, interagindo com amigos internautas, texianos, clientes, amigos e familiares de Dona Inês – PB (onde me criei). Tenho a companhia de uma cadela, de um cão e de uma gata.
Desde 1996 que sou muito ligado em computador e não tem um dia que eu não passe o mínimo de 4 horas trabalhando, navegando, escrevendo. Aqui a máquina é ligada às 8 da manhã e desligada depois de zero hora... todos os dias da semana. Além do trabalho com fotos, participo das redes sociais, tenho sites, blogs, e sou assíduo no site do Tex aqui no Brasil, o TexBr.
O primeiro impulso para o livro veio da informação de que na Itália, país onde o Tex é publicado originalmente, existiam mais de 100 livros publicados sobre o personagem e até aquele momento nenhum no Brasil onde se dizia vender 30 mil revistas por mês. Se lá na Itália havia tão grande espaço para uma publicação, aqui no Brasil, onde se lê bem menos, devia haver um espaço para tal iniciativa, ainda que pequeno. Havia uma possibilidade.
E o livro Tex no Brasil chegou devido a minha paixão por Tex e sua belíssima e importante trajetória, da qual, preservadas as devidas proporções, considero-me parte integrante, na qualidade, primeiro, de colecionador, e depois, de divulgador, que me levaram a vislumbrar a possibilidade de escrever argumentos e roteiros para as suas aventuras – e cheguei a fazer isso em vários momentos – e diante das dificuldades que surgiram (ser estrangeiro, ser iniciante, dividir o meu tempo com outras atividades, etc.), - vi-me com a possibilidade de satisfazer de outra forma a minha vontade de ser escritor, publicando um livro sobre o herói dos quadrinhos de faroeste.
Colecionar, ler e reler as aventuras de Tex não significa que se conhece o personagem. Foi isso que descobri lá nos idos do início do milênio. Fazendo uma análise apurada, percebi que devido a sua longevidade no Brasil, passando por 4 editoras, com diversas coleções (algumas canceladas abruptamente, com falhas de continuidade), com problemas editoriais nas revistas, com curiosidades e erros de roteiro e desenhos,  havia uma abertura que cabia um livro onde se buscasse responder a diversas perguntas. E parti para a pesquisa na coleção TEX. Na minha cabeça, os texianos precisavam de uma obra de referência, de pesquisa, de consulta, e fui montando um esquema de informações que conseguisse suprir as principais indagações de forma simples e rápida. Isto gerou um volume com 300 páginas.



2) Ainda falando sobre o primeiro livro. Como foi a repercussão deste primeiro volume? Alcançou seus anceios editoriais? E para aqueles que ainda não adquiriram esta obra sobre Tex como o podem fazer?
G.G. Carsan – A repercussão foi grande. Desde 2007 que havia a iminência do livro ser publicado e desde esta época que se falava. Quando chegou a hora, talvez alguns não tenham acreditado que sairia, mas saiu. Junto com o Portal TexBr fiz um barulho muito grande. Usei o som dos tambores, os sinais de fumaça que se prolongaram até a Itália, passando por Portugal. Onde houvesse um texiano, chegaram sinais da boa nova. Fiz um lançamento maravilhoso, viajei por alguns estados do Brasil divulgando o livro, participei de um grande festival em São Paulo. Não faltou repercussão.
No campo das vendas foi mais complicado. Para vender o livro, fiz a venda direta aos colecionadores, preferida por muitos por levarem uma dedicatória e ainda um brinde (o marcador de páginas exclusivo). Este tipo de venda é lento, vai se arrastando. Um livro hoje, dois depois de amanhã, nenhum esta semana, mais um pedido... e assim aconteceu. E colocamos livros na Revistaria TexBR, que vendeu bastante ao longo dos dois primeiros anos. Alguns amigos que trabalham com comércio de gibis também venderam. Outros eu coloquei em bancas e livrarias, mas aí as vendas são bem devagares (para algum texiano desprevenido). O colecionador busca a sua revista na fonte mais próxima (autor ou revistaria especializada).
Um fato que se mostrou muito positivo: a grande maioria dos texianos que adquiriram o livro, gostaram. Rasgaram elogios e estão na lista para o próximo livro.
Ainda tem livro pra vender. Quem quiser adquirir o livro 1 (Tex no Brasil – O grande herói do faroeste) entra em contato comigo pelo mail ‘querolivrotex@gerafoto.com’ .
Farei uma promoção para o lançamento do livro 2: Quem levar os livros 1 e 2, ganha 50% de desconto no preço do livro 1. O frete fica por conta do comprador.



3) Passemos agora às novidades. Sobre o novo livro oque o difere da primeira abordagem ao mundo gigantesco da publicação de Tex? O que será refeito e o que será inaugurado neste segundo número?
G.G. Carsan - O novo livro é bem diferente do primeiro. Primeiro uma exaltação a Tex, buscando pontuar os grandes momentos que serviram de estacas inquebrantáveis para o sucesso e permanência no Brasil. O modo Tex de fazer justiça a qualquer preço contra os mais perigosos vilões. Tem uma larga abordagem de Tex Coleção, que segue nas bancas, quinzenalmente. Faço 5 homenagens a texianos brasileiros via inclusão de trabalhos realizados a serviço do herói.  8 ilustrações de artistas convidados com desenhos inéditos do herói, que começarão a ser conhecidos via os próprios desenhistas a partir de 1º de setembro. Aponto problemas nas publicações, vícios, questionamentos, etc. Tex a Cores também é tratado.
No anexo 1 faço uma prestação de contas do que foi o lançamento, vendas, viagens, eventos, etc., do livro 1. O anexo 2 é pra rir.
Como sempre digo, os livros sobre Tex servem de referência e de ajuntamento de informações num só volume. Depois do ajuntamento, essas informações são analisadas e transcritas para um novo formato de texto, onde fica mais fácil entender e compreender a publicação. É como a velha expressão: dar nome aos bois. Tex não é apenas história em quadrinhos, não é apenas divertimento. O colecionador gosta de Tex pelo que ele representa (moral, ordem, justiça) e depois que lê o livro, percebe que ele representa muito mais do que imaginava.
Apenas em dois capitulos tem algo parecido com o Livro 1. Quando volto a falar dos inimigos de Tex, aqueles mais perigosos, mas é outro enfoque, pois se no primeiro livro eu apresentei cada um numa espécie de ficha técnica, neste segundo livro dou entrada nas aventuras, apontando uma crítica das mesmas e mostrando que Tex faz Justiça a Qualquer Preço. E quando falo dos colecionadores, pois me sinto na obrigação de homenagear aqueles que trabalham em prol da divulgação do nosso herói de papel, que na verdade, é uma divindade. O resto são inaugurações bem fundamentadas. Como Tex foi se firmando, com fatos que marcaram muito a todos nós e um mergulho em Tex Coleção, para que fique tudo documentado e esclarecido para os colecionadores. Aí tem muito mais informações com os 4 convidados a quem solicitei participação com seus trabalhos de divulgação, além dos desenhos de brasileiros famosos, convidados a participar. Ficou bem legal o trabalho deles. Quem gostou do Livro 1, vai gostar do Livro 2.



4) Estive acompanhando pelas redes sociais o seu imensurável esforço para divulgar este grande lançamento. Como você encara esta nova ferramenta midiatica de divulgação?
G. G. Carsan -  As redes sociais estão na moda. São as sensações do momento. Hoje todo mundo teen precisa estar nas redes, ou numa das opções oferecidas. No orkut, temos muitas comunidades do Tex e numa delas tem mais de 3.000 membros. Só que agora a moda é o facebook e por isso, logo logo teremos um grupo bem grande também por lá. Criei um grupo, há aquele do Portal TexBr, há o do Zagor e por aí vai. Muita divulgação e participação é o que motiva outras pessoas a experimentar se é bom. Alguns gostam e ficam. No que se refere ao publico texiano, um dos problemas é que boa parte já passou dos 40 anos e não tem acesso ou desenvoltura com a internet e por isso não ficam por dentro do que se passa. Mas conheço alguns que já disseram que só entram na internet para acompanhar as notícias do Tex. Isso significa que é muito boa a divulgação nas redes sociais. Eu utilizo da melhor e maior maneira possível. Dá trabalho, mas vale a pena.



5) Para quando está programado o lançamento oficial desta sua obra? Quanto deve custar cada exemplar?

G. G. Carsan - O livro tem previsão de lançamento no dia 27 de setembro. Seria dia 30, o Dia Nacional do Tex, mas cai num domingo, e lançamento de livro aqui na minha área só cola se for de terça, quarta ou quinta-feira. Fora disso não tem público, fica complicado para os convidados. Cada exemplar vai custar R$ 40,00, o mesmo preço do livro 1, lançado em 2009, vem melhor trabalhado: capas com orelhas, mais imagens coloridas, papel mais encorpado.



6) O esquema de venda será igual ao do primeiro livro?
G. G. Carsan - Tem uma diferença: neste estou realizando uma pré-venda para angariar recursos e ajudar nas despesas, que são sempre muito grandes. A pré-venda consiste em realizar a compa/pagamento antes de ter o livro pronto. Estou contactando os interessados e eles estão depositando. Assim que o livro for impresso, enviarei seus exemplares. Com isso, quem compra antecipadamente adquire um exemplar com numeração baixa (a tiragem é numerada) e isso é legal para os colecionadores. Depois do lançamento no dia 27, as vendas continuarão comigo e com os interessados em vender em suas bancas, sebos, revistarias, etc. Uma boa notícia é que estão surgindo texianos que eu não conhecia, mas compraram o livro 1 e agora querem o 2. E pasmen, estão na vanguarda.



7) Quais são as metas deste segundo volume? Isso desde vendas, repercussão, aceitação, números e etc.
G. G. Carsan - Em verdade, viso mesmo atingir aqueles que gostam de Tex e valorizam a leitura. O livro é uma obra de referência, são os meus pontos de vista e as constatações trazidas nas revistas de várias coleções, são as sínteses de vários assuntos que se espalharam por aí ao longo de 40 anos de publicação no Brasil. Do livro 1 recebi muitos elogios e força para continuar. A aceitação foi muito boa e mostro exemplos disso nesse livro 2. Mas não consegui vender os 1.000 livros da primeira tiragem. Muita gente torceu o rosto, não deu valor. Seja por não acreditar, seja por não gostar de ler livro, seja por não ter condições, ou até outros motivos (muita gente quer o livro, mas não separa 40 reais para comprar um livro, prefere queimar com outra coisa). Então optei por uma tiragem de apenas 300 livros, onde eu consiga vender todos, rapidamente, para não ficar com encalhe tomando espaço e com grana empatada. A meta é vender quase todos, pois tenho que fazer algumas doações para entidades e bibliotecas, como fiz muito com o livro 1, visando cumprir um dos meus objetivos de incentivar a leitura.



8) Há planos para um número 3?
G. G. Carsan - Devo dizer que sim. Ainda há muito o que pesquisar e juntar na história de Tex. Assim como são tantas informações, lugares, personagens, reunir tudo leva tempo e espaço. Então temos muita munição para gastar. Mas é importante que outros também façam isso. Quando escrevo e publico, é apenas a minha ótica. É salutar que se ouça outros colecionadores.
Para um possível livro 3 já tenho as 3 ideias mestras na cuca e foram surgindo durante os acordes do livro 2. Vamos esperar o que nos reserva o futuro.



9) Se desejar informar ou falar qualquer coisa que não lhe foi questionado, mas achar importante compartilhar com nossos leitores, pode faze-lo!
G. G. Carsan -  Reforçar o meu desejo de que os leitores de Tex se falem mais, se exponham mais, participem mais. Desejar também que um dia bem próximo tenhamos uma Expo-Tex em cada estado brasileiro e agradecer àqueles que com seus apoios, suas aquisições, suas mensagens, seguem motivando a divulgação e manutenção de Tex no Brasil.





Mais uma vez agradeço esta bela entrevista que nos concedeu Pard Carsan. Desejo profundamente que este segundo livro faça o mesmo e até supere o sucesso do que o precedeu. Quando estiver participando de qualquer evento Texiano peço que me avise para que possa ajudar com a divulgação aqui na Quadrinhosfera.
Aos nossos leitores, espero que tenham gostado.
Forte abraço!

Luan C.Z. Zuchi.

Comentários

  1. Caros pards,
    Primeiro agradecer al Luan Zuchi pela oportunidade de divulgar o Tex e o meu trabalho e aproveitar para consertar uma informação.

    Na resposta do primeiro quesito cometi um equivoco e onde se lê "número 71", o correto é "número 72". Já é a segunda vez que me equivoco ao responder perguntas em que troco o 72 pelo 71, traído pela memória, mas tem uma explicação:
    Quando me refiro à capa do Tex que tentei imitar na minha pré-adolescência, estou falando da capa do Tex 72. Então por que ao digitar sai capa do Tex 71, ou número 71? Deve ser porque nos últimos tempos a capa que embalou todo o meu universo texiano foi a capa do Tex 71, que escolhi para capa do livro 1, Tex no Brasil - o grande herói do faroeste. Na hora sai uma informação errada, coladinha.
    Não tem outra explicação. Peço desculpas e vou me policiar mais e mais quando precisar falar no assunto.
    Obrigado, um abraço.

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  2. Está concerta o pequeno equivoco!Sem maiores problemas.
    Quem deve agradecer sou eu por poder publicar esta bela matéria. Agradeço também por você ser este grande divulgador de Tex e sempre que precisar pode contar com a humilde Quadrinhosfera.
    Forte abraço

    Luan Zuchi.

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